quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Memórias

                                                                
Há dias que não existo
Súbito invisível
Viajante de um mundo paralelo
tudo se assume,e nada vejo
Memórias viajam em devaneio
no compasso de meus pensamentos

Me perco de repente
em caminhos confusos
Traiçoeira, ataca a todo momento
no claro, no escuro ou na chuva

Equilibrando na tristeza
alegrias e arrependimentos
agente acha que esqueceu
num instante a memória
nos faz recordar
desabrocha sem cerimônia

Uma memória puxa outra
tudo se transforma
passado presente futuro
um turbilhão de recordações

Memória armazena tudo
Biblioteca sem livros
Não se muda a memória
Não se apaga
Não se faz um rascunho

Memória é sentinela,
nos vigia o tempo todo
Se vai somando a vida a fora
O que se imagina, memória guarda.

A memória não se esquece
Deus perdoa,
a memória nos faz pecar em pensamento,
O perdão é lembrar do pecado
e fingir que esqueceu
mas memória não perdoa

Tudo que a gente sente,
olha ouve toca e cheira
se guarda na memória
Realidade alimenta a memórias
de sonhos e desilusões

Vastos são os sonhos que a memória nos traz
Nada se passa despercebido da memória
A razão de sermos o que somos
Deve-se ter aprendido com nossas memórias

A memória eterniza o tempo
As vezes penso
Que a eternidade está
em nossos olhos e em nossos lábios
Seremos eternos
se estivermos vivo na memória de alguém
                                                                                                              Paulo Knop     03/2012
                       
“Inspirado num trecho do livro Antes e Depois/2006 de  Bartolomeu Campos Queiroz.”