terça-feira, 27 de maio de 2014

Não é Possível

Ao refletir  no espelho
reflexo de uma existência abstrata
não veja o que está vendo
ignore tudo e todos

Não é possível que não veja
que se feche olhos para não ver
Se não vemos...
não quer dizer, que não exista

Não é possível que não escute
o que ecoa em tanta vozes
ao seu redor e tampe os ouvidos
Assim parecerá
que todos ficaram mudo

Não é possível que se cale
Sentindo gosto amargo
do silêncio em sua boca
enquanto temos tanto a dizer

Não é possível ver mal      
fingir que não está vendo
Cegos... enquanto
tudo está tão visível

Não possível ouvirmos
os gritos do mal
ficarmos surdos de terror
Horrorizado... Calar-se   
                                                                    Paulo Knop  <><  Maio de 2014

sábado, 17 de maio de 2014

Ímpeto difuso

Ímpeto difuso                                                                          
ânsia que abraça
nesta manhã de maio
caminhos iguais
tudo tão igual
que perdi dentro de mim
tudo acetei e nada possuí
só resta o desencanto 
só resta lembranças
de mim em outro mundo
das coisas que não vivi
o que mais eu deveria ser
que mais eu poderia dizer
tudo e nada
estou mudo
venho  de outro tempo
esguios  caminhos  segui
já não  há mais tempo
sou aquele que passa
mas ninguém vê
sombra de um outro
o que importa quem
de onde vem... onde vai


                                      Paulo Knop <>< Maio 2014

segunda-feira, 12 de maio de 2014

A tentação do Amor

He tentador
amar é a lei
he o templo
chegamos em regozijo
de graça  caímos
parece  tentação
nos olhamos e pronto
acontece ou acontecera 
não pergunte
como poderia ter sido
se na chuva, no sol 
no aconchego da lua
que seja o primeiro
 ou novamente
que ame irrestrito 
ou a sete chave
mas deixe  amor
se  afogar em lágrimas
de alegria  ou de dor
mas que faça delirar de paixão
fome insaciável
 imprevisível
ouça...
o chamado do amor
onde está  agora?
será que vai atender?
duvida cruel, mas vale apena
qualquer forma  é forma de amar
onde vamos encontrar?
onde vamos começar?
onde é que vamos parar?
por onde começamos?
seja como for 
nós podemos, nós devemos
somos livres para escolher
o amor e a vida que vivemos
o que importa se fale
ou se cale
pra sempre

Paulo Knop <>< Maio 2014

terça-feira, 6 de maio de 2014

Sala Vazia

Aquela sala
está solitária...  Vazia
As agulhas já não tricotam
solitárias escondidas na gaveta

A sala está vazia
Tantas coisas compartilhadas
tantas memórias guardadas
Essas... Tão difícil de enfrentar

Ainda preciso do seu amor
ainda preciso de você
Estranho ficar aqui sem você
Olhando pela janela
o sol brilha em recordações

Qualquer coisa... Tudo
significa alguma coisa
Tudo traz você
O tempo passa
mas sei que nunca vou ficar sozinho
porque você ensinou assim

Tanto a partilhar de seus ensinamentos
Como é bom acordar a cada dia
saber que você existiu
e ainda faz parte mim e dos meus

A sala esta vazia... Ninguém esta lá
Tricotados sentimentos a enfeitam
e compartilham o seu amor
Assim desaparece a dor
de não ver você  aqui 
nesta sala...  Mãe
                                            Paulo Knop  <><  Maio 2014

domingo, 4 de maio de 2014

Silêncio.

Profundo silêncio
perfeito companheiro
inefável confidente
tudo lhe fala

Sem palavras
sem gestos
sem meia culpa
sem lhe acusar
Apenas te escutas
o mais intrínseco segredos
escondido no âmago 

Silêncio se estabelece
o encontro de si
e a consciência

Nada saberemos...
Se não ouvirmos
o silêncio em silêncio
                             Paulo Knop <>< Maio 2014