terça-feira, 31 de março de 2015

Desejo


                                                                            te desejo...  agora
a qualquer hora
te desejo
olhos absortos... distantes
assim  te quero
como te quero
te peço um instante 
iminentes caricias
sem primícias
assim te quero
não foi embora
o tempo não devora 
o desejo te desejar
assim mesmo
te venero
sem mistério 
como neste versos
tão banais
                                                                                  Paulo Knop <>< Março 2015

sábado, 28 de março de 2015

Domingo de Ramos

Cortejo peregrino
Aclamado com alegria e esperança
Chão revestindo com vestes e folhas
Palmeiras as mãos exalta as vozes
"Ave Rei dos Judeus"
"Hosana ao Filho de Davi"
"Salve o Messias"...
“Ele é justo, e trás a salvação”
Vem montado um jumento símbolo da paz
Assim Triunfante entra em Jerusalém
a uma semana da pascoa
Com desconfiança e inveja
os mestres das leis Judaicas
não O veem com bons olhos
Nas sombras o conluio para condena-Lo
Não sambem os hipócritas
que o reino não é deste mundo
É preciso renunciar a nós mesmos
Morrer na terra como o grão de trigo
para poder dar fruto ao terceiro dia 
                          
Narrativa bíblica   Paulo Knop <><  Março 2015

terça-feira, 24 de março de 2015

Outono

Havia luz
Havia claridade
Havia realidade
Havia felicidade
Havia brilho no olhar
Ardor nos rostos
Reluziam  sorrisos

Mas tudo...

Ficou em silêncio
O mundo ficou mudo
Ficou surdo
Extinguiu o sorriso
Já não há brilho
Já nem se olha
Ficou escuro            
Tristes  sombras
Vultos apagados
Tudo ficou cinza
A luz se apagou
Acabou o verão.

                                                   Paulo Knop <>< Mar 2015

quinta-feira, 19 de março de 2015

Velhos hábitos

a escuridão
que se aproxima
na noite em devaneio
a ilusão de tanto tempo
já não me diz nada

sobre a mesa
folhas amarelas
recordações de um dia
pontas de cigarro exalando
fumaça de lamúrias

inerte amarelada
cor do meu silêncio
rabiscos sem sentido
palavras despidas de adjetivos
completamente nuas

copos vazios
repletos de mágoas
olhos penitentes
lábios que choram
lembranças  que não se calam

dos velhos hábitos
ficam os rabiscos
palavras que já não dizem
que não se desfaz
com o tempo
                                                                   Paulo Knop <>< Mar 2015

sexta-feira, 13 de março de 2015

Dito sem sentido

Eu vou te contar 
palavras são palavras 
nem se percebe ao dizer
você me conhece    
cada um é cada um

As vezes eu tenho que gritar 
isso porque  é meu jeito de ser
você está ai ... ouça-me 
é apenas um grito de desabafo
ressonâncias de nossas fantasias   

A sedução me escraviza a você
ao fim de tudo 
você permanece comigo 
mas preso ao que criamos
e não a mim.

E quanto mais falo sobre a verdade 
um abismo maior nos separa.
jogo perigoso  que a vida joga
busca do chegar ao limite possível
através da aceitação e do reconhecimento

O que existe
entre eu e você
eu quero que você me veja
me dispo do orgulho
lhe mostro inteiro 

Me delato e tu me relatas
e nos acuso e confesso
nos livramos das palavras
das quais são apenas palavras
e assim você se despe
                                                   Paulo Knop <><   Março 2015

segunda-feira, 9 de março de 2015

Coexistir

nada de bom dia
não se falou a noite
mão se fala ao dia
sem olhar nos olhos
amargos sentimentos
contrito  no  peito
a vida  é assim
não se tem utopia
um dia atrás do outro
amarguras desilusões
alegrias as vezes    
recordamos quando às tivemos
pena que acabe assim
um ao lado do outro
acordo silencioso
sem ódio  sem  mágoas
somente  desilusões
perpetuas lembranças restou
saudade desse tempo
coisa da vida
em fim velhos
enfim distante
juntos  acalentamos 
tácitos  momentos 
                                           Paulo Knop <><  Mar 2015

segunda-feira, 2 de março de 2015

Contexto

Sem sentido
Palavras são ditas
Palavra oculta
Sente culpa
Nada diz
Palavra parida
Da própria vida
Palavra  sem nexo
Desconexo
Universo complexo
De sonhos dispersos.
Felicidade é breve
Nada dito
Maldito o que foi dito
Sem sentido
Sorriso inerte
Não é agonia.
Palavra desgarrada
Metáfora inventada
Que diz nada
Alma a latejar
As palavras a jorrar
Esvaziada apressada
Sussurros de solidão
Degrada desesperada
Sentimentos  abstratos
Nada condiz
Não se diz
Sem palavras
Se vive silente
                                            Paulo Knop <><  Mar. 2015