Não distante
A vida não
era tão individualizada
Hoje...
O meu
telefone
O meu
carro
As minhas
músicas
A minha
igreja
Sempre o
meu nunca o nosso
Partilhar
virou um aplicativo
Um símbolo
não um gesto
Não partilhamos
um sorriso
Não se partilha as emoções
Lembrando
de um tempo
Que o
telefone ficava na sala
"Sai
deste Telefone quero usar"
Falava
assim minha mãe
Fotos se
guardava em álbum
Se ouvia
música na sala
Todos da
família as ouviam
Outra
coisa que ficou individualizado
A família
Eu tenho a
minha
Você tem a
sua
Nunca a nossa
Não se
precisa compartilhar
O telefone
fora de casa era “Público”
Outra
palavra em desuso
E os
amigos?
Agora
digital
Temos
muitos um punhado
Podemos exclui-los
com apenas um toque
Se enviou
algo que não é de nosso agrado
Pronto. Já
não somos mais
Não se
olha nos olhos
Não se vê
alma
Não se
fala. Mudo teclamos
Não se
abraça
Tudo tão
frio
Uma imagem
na tela
Não somos
pessoas
Apenas um
número
Paulo Knop <>< ago. 2018