quinta-feira, 21 de março de 2013

Assim a deriva

O  rancor invade minha alma
um despertar de nada
um vazio profundo
peregrino em devaneio
me leva para o além
num oceano imenso
de desilusões 

Vejo o tempo a passar
devorador de sonhos
portas se fecham
penso que existo
porque assim
assim se vive
porque tem ser assim

Este rancor
este incógnito destino
apenas recordações
do que poderia ser
se assim fosse

Destino traçado
ódio de ter vivido   
labuta  cotidianas
esquecendo de mim
havia mundo
atrás de um mundo
e agora e agora  

Divago historias mortas
lembranças de outrora
nos cantos em avesso
me vejo sozinho
a deriva
envolto em abstrações  
                                                                                                      Paulo knop - 03/ 2013