sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Banalidade da Marte

Banalizaram a morte. 
Simplesmente se mata. 
Se mata com ou sem motivo, por sete reais, por quebrar um para-choque ou um retrovisor, se mata eletronicamente nos games. Nos filmes ,quanto mais morte, melhor. 
Mata-se com os carros importados, se mata pela displicência em duas rodas, se mata por timidez ou por razões que a própria razão desconhece. 
Apenas se mata. 
Mata-se por dinheiro, por diversão, por torcer por um time de futebol, ou se deixa queimar jovens vidas, apenas por diversão.
Irracionalmente se mata, por corrupção, por desamor pela vida  e pelas pessoas.
Se mata de medo ou se mata pelo medo de morrer.
Não se pensa no matar, no tirar a vida, nas famílias, na perda abominável irreparável.
A morte dá lucro. Vende-se mais jornais, aumenta audiências nos programas de TV e nas rádios. Nas igrejas aclamam-na, a busca de mais 'fiéis' ou do perdão por toda eternidade. 
A morte não é solução para vingança, por ter raiva, ou ser traido, por sentir ciúme, pra se fazer justiça ou pelas desilusões que a vida nos traz.
Viver é deixar viver. Eis a questão. Viver não é sofrimento, não é temer a morte a todo instantes. Temos de ver a morte como apenas morrer no findar de uma vida, que se viveu em paz e deixar - nos morremos tácito.

                                                         Paulo Knop - fev/2013