quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Suave transparência


Dentro da suave transparência
do espelho
contemplo teu olhar 
tua nudez  brilhante
êxtase que fascina

Seios nus
delicada fragrância
luz que oscila
negrume que tudo aprova
suaves murmúrios
da ação secreta

Seu corpo
seus úmidos segredos
gemidos se amplificando
ecoando na penumbra
incógnita amante

Sem medo
exala perfume que seduz
volúpia ardente
assaltara meus sentimentos
ao emudecer da noite
no escuro do quarto.

                                                               Paulo Knop - Jan-2013


segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Perfeito em dois

http://virginiapalomeque.blogspot.com.ar/search?updated-max=2010-08-27T11:17:00-03:00
ele e ela
eu e você
assim único
apenas um casal
um, perfeito em dois

os segredos entre quatro paredes
tudo se assume, tudo vale
abraços  que entrelaçam
cumplicidade dos desejos
o prazer contíguo

anseios divididos
sonhos compartilhados
tristezas,  que se consolam
olhares que se enlaçam
palavras nos gestos
caminhar  tácitos
  
  Paulo Knop - 01/2013

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Ter-te


nadirzenite.blogspot.com

Em te
em teu seio
me vergo de alegria
rasgo o ar
eco de ternura
sussurros
o  perfume do momento
vão acordando
na caricias da manhã
sua fase  meiga
afeição dedicada
razão de cada dia
guardo em minha alma
o prazer em ter-te
inconfessável, inexplicável
simplesmente porque te amo
assim simplesmente 


                Paulo Knop -  01/2013


quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Biscoito de Polvilho da Vó Ana.

Quando se chega a sua casa, a felicidade se aflora em seu rosto. A timidez em nos receber, a forma simples de nos cumprimentar, o suave toque de suas mãos frias. A conversa é pouca e o aconchego da sala é grande. O olhar meigo disperso que se encanta com nossa presença. Fragrância da vida gostosa de ser vivida.

Há pouco, como por encanto, cadê a vó? Ruídos na cozinha, bacia nas mãos, receita de cor em sua memória, lembranças de ainda menina: um pouco de polvilho, tem de ser azedo, um ovo outro ovo, delicadeza na mistura dos ovos, água morna e uma pitada de sal, mexe mais um pouco e mais um bocadinho. Está pronta a massa.

Segredo ainda por vir. Duas panelas no fogão. Afirma: “Biscoito se frita em gordura morna”. Mostra marcas ,nas mãos , de seu aprendizado. O cheiro nos convida a sentar-se à mesa, e de repente ela surge com um sorriso, carregando um prato cheio de esbeltos biscoitos de multi formas e dourados, delícias para ser apreciado com café forte, café bom torrado e moído em moinho de ferro. De mansa voz, fala sobre a vida cotidiana, em Nosso Senhor que ilumina os nossos caminhos.

O tempo passa. Novas idéias, novos horizontes, novas tecnologia do século XXI. A receita do biscoito de polvilho não muda. Tem gosto de carinho da vó Ana, gosto do simples, da vida boa de ser vivida.

Obrigada vó Ana. Seus netos lhe agradecem.  
                                 
                                                                                                                          Paulo Knop